Líder supremo do Irã critica exigências 'absurdas' dos EUA e põe em dúvida possível acordo sobre programa nuclear

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Líder supremo do Irã critica exigências 'absurdas' dos EUA e põe em dúvida possível acordo sobre programa nuclear


Acordo de 2015 sobre controle das atividades nucleares do Irã está obsoleto desde 2018, e o governo de Donald Trump quer que Teerã assuma novos compromissos. O presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei
Associated Press / Office of the Iranian Supreme Leader/WANA (West Asia News Agency)/Handout via REUTERS
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta terça-feira (20) que as exigências dos Estados Unidos para que Teerã se abstenha de enriquecer urânio são "excessivas e absurdas" e colocou em dúvida o sucesso das negociações sobre o programa nuclear iraniano, segundo a mídia estatal iraniana.
"Não acredito que as negociações nucleares com os EUA trarão resultados. Não sei o que vai acontecer", disse Khamenei. O líder supremo afirmou ainda que Washington deveria evitar fazer exigências absurdas nas conversas.
Apesar das expectativas por uma quinta rodada de negociações neste fim de semana em Roma, as conversas entre Irã e EUA sobre o programa nuclear iraniano se encontram em situação instável, já que os dois países continuam em desacordo sobre o tema do enriquecimento de urânio.
O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Majid Takht-Ravanchi, afirmou na segunda-feira que as negociações fracassarão se Washington insistir que Teerã abandone o enriquecimento doméstico de urânio — algo que os EUA consideram um possível caminho para o desenvolvimento de armas nucleares.
Teerã, por sua vez, sustenta que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos.
Mais cedo nesta terça-feira, outro vice-ministro iraniano, Kazem Gharibabadi, disse que Teerã recebeu e está analisando uma proposta dos Estados Unidos. Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que o Irã precisava "agir rapidamente ou algo ruim acontecerá".
Trump já alertou repetidamente que o Irã será bombardeado e enfrentará sanções severas caso não aceite um acordo para resolver seu programa nuclear controverso.
Durante seu primeiro mandato (2017–2021), Trump retirou os EUA do acordo nuclear firmado em 2015 entre o Irã e as potências globais, que impunha limites rigorosos às atividades de enriquecimento de Teerã em troca da suspensão de sanções internacionais.
O ex-presidente norte-americano considerava o acordo de 2015 desequilibrado, favorecendo o Irã, e restabeleceu amplas sanções econômicas contra o país. Em resposta, a República Islâmica intensificou seu programa de enriquecimento.
O Irã anunciou, neste domingo (11), o fim da quarta rodada de negociações com os Estados Unidos sobre o programa nuclear de Teerã, descrevendo-as como "difíceis".
"A quarta rodada de negociações indiretas entre Irã e EUA foi concluída; conversas difíceis, mas úteis, que visam entender melhor as posições de cada um e encontrar maneiras razoáveis e realistas de abordar as diferenças", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmaeil Baqaei, no X. As informações são da France Press.
O Irã quer o cancelamento das sanções econômicas contra o país e garantias de que vai poder continuar enriquecendo urânio. Os Estados Unidos querem que o regime se comprometa a não desenvolver armas nucleares.
Nesta nova rodada de negociações, os dois países discutiram questão técnicas do acordo e concordaram com outra reunião num futuro próximo, disse um oficial americano à agência Reuters.
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Presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, em visita exibição de conquistas nucleares do país, em 9 de abril de 2025
WANA via Reuters
Histórico do acordo
Em 2015, o governo iraniano fechou um acordo com os americanos e outros países sobre o tema, prevendo a suspensão das sanções em troca do controle de suas atividades nucleares. No entanto, o pacto tornou-se obsoleto após a retirada unilateral dos Estados Unidos em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump. Além disso, o acordo expira em outubro, 10 anos após ter entrado em vigor.
Ao voltar à Casa Branca neste ano, Donald Trump determinou o restabelecimento de uma política de pressão máxima contra o Irã. Em março deste ano, o presidente americano disse que quer chegar a um novo acordo com o Irã, mas ameaçou bombardeá-lo se o processo diplomático falhasse. O governo iraniano, por sua vez, declarou que responderá a qualquer agressão.
Segundo a ONU, o Irã está próximo de desenvolver armas nucleares. O governo iraniano nega a intenção de produzir artefatos do tipo e afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos e civis.
Os dois países, inimigos há quatro décadas, iniciaram essas negociações em 12 de abril, com a mediação do sultanato de Omã. Na segunda reunião, também não houve acordo, mas decidiu-se por um novo encontro no dia 26 de abril, com a participação de técnicos e especialistas.
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